Cristina Ataíde

An artist mentioned by UNITED, as an example of use of the United list . (No name, Baku biennale of contemporary art, azebaidjan, 2019)

She stamps everywhere no names; this is a real scandal, we grave them without knowing who they are, we see them as waste (Ates 2023)

"JC: Remetes constantemente na tua obra para o lugar, enquanto geografia, mas também cultura. Existe uma fusão entre a natureza e o ser humano. Selecionas determinados sítios, montanhas, lagos e rios, mas também partilhas com pessoas e a comunidade desse sítio. Porque é tão importante para ti, relacionar e fundir a arte, cultura e geografia de um determinado local? Existe alguma seleção prévia para questionar quem o vê? Quando escolhes tem alguma razão ou intenção ideológica ou pessoal, como na obra Amazónia?

CA: Ou política. O trabalho artístico pode ou deve ser político, atuando no mundo e sendo interveniente, mas não quero que o meu trabalho seja agressivo, com grandes depoimentos ou muitas parangonas. Trabalho sobre certos assuntos atuais, como por exemplo, com os refugiados, a partir de uma lista a que chamo “No name”, dos migrantes que tentaram chegar à Europa e morreram pelo caminho. Exatamente porque ninguém lhes deu a mão. A Europa ainda não resolveu esse problema. A ida à Amazónia tem a ver com o lado político das coisas. Como é que poderia fazer para chamar atenção desse grave problema. Na Amazónia, fiz um site-specific, “Can we save Amazon?”, com os cobertores de salvamento, (aqueles que são usados nos salvamentos possíveis, dos migrantes), e fui fotografando-os, nos diferentes locais por onde me deslocava. Levei esses cobertores de salvamento para uma Amazónia, que está a ser completamente devastada e destruída pela ganância humana. Estão a desflorestar, fazendo queimadas, explorando desregradamente os minerais e até matando os povos indígenas, etc., etc. Ao trabalhar com os lugares há sempre uma intenção. Há sítios que me atraem, enquanto pessoas e civilizações. Há outros que eu vou porque quero descobri-los, pois não os percebo ou percebo-os mal. Quero inteirar-me do que se passa lá, porque funcionam assim. Há outros países que têm problemas terríveis. Mas, fundamental, é querer compreender o que se passa, entender, sem estar a julgar, com aquele espírito critico europeu. Senti muito isso no Oriente, pois, se chegamos com os nossos conceitos “civilizados” nesses países, sentir-nos violentados. Temos que ir com o espírito aberto, não fazer julgamento e perceber como eles funcionam e porque o fazem." (“CRISTINA ATAÍDE - Entrevista ARTECAPITAL.NET” n.d.)

Ates, Geert. 2023. “UNITED for Intercultural Action : On the Death List.”

“CRISTINA ATAÍDE - Entrevista ARTECAPITAL.NET.” n.d. Accessed September 1, 2023. https://www.artecapital.net/entrevista-303-cristina-ataide .